Cinco formas de poupar para a velhice
Além dos PPR, existem outros produtos para criar uma reserva.
Os números dos últimos estudos mostram que, apesar da generalidade dos portugueses estar preocupada com a sua velhice, a verdade é que poucos fizeram alguma coisa para iniciar um complemento para a sua reforma. O estudo "Axa Barómetro Reforma", de 2008, revela que apenas 40% dos portugueses inquiridos em idade activa já começaram a preparar a sua reforma. E quando se fala de poupar para a velhice a maioria das pessoas associa este tema aos PPR. E não é difícil perceber porquê: mais de um milhão de portugueses tem um plano de poupança reforma. As vantagens fiscais associadas a este produto explicam a popularidade deste instrumento.
Mas esta não é a única solução financeira que existe no mercado com o objectivo de construir um pé-de-meia para a velhice. Fonte da direcção de investimentos do banco Best refere mesmo que nem sempre o tradicional PPR é a solução mais adequada. "Os PPR têm limitações ao nível máximo de risco que podem deter em carteira, o que se pode revelar desadequado se o investidor for uma pessoa jovem".
Actualmente, o mercado tem já várias soluções para a constituição de um complemento para a reforma. É o caso dos certificados de reforma- criados pelo Governo e conhecidos como o PPR do Estado- dos Unit Linked, os fundos de pensões abertos ou ainda os fundos de investimento de ciclo de vida.
A escolha do instrumento deverá ter em conta o perfil do investidor. Há factores que têm de ser ponderados: se o investidor for jovem e tiver ainda muito tempo pode optar por uma aplicação com um nível de risco mais elevado, isto é, com uma exposição às acções considerável. Diogo Teixeira da Optimize afirma mesmo: "É perfeitamente aceitável que uma pessoa com 30 anos tenha uma exposição às acções entre 25 a 50% das suas poupanças". No entanto, se o investidor estiver muito próximo de atingir os 65 anos, a escolha deverá recair por produtos mais conservadores. O Diário Económico, dá-lhe a conhecer as vantagens dos vários produtos financeiros.
Algumas aplicações financeiras onde pode colocar as suas poupanças:
1. Planos de Poupança Reforma
Os PPR podem surgir sob duas formas: seguro ou fundos de investimento. Têm a vantagem de ter benefícios fiscais associados. Estes produtos podem também ter diversos níveis de risco associados. Os PPR sob a forma de seguro obtiveram no ano passado uma rendibilidade média 3%. Já os fundos PPR ganham, em média, desde o início do ano: 5,2%.
2. Certificados de reforma
Conhecidos como PPR do Estado, os certificados de reforma que foram lançados em Março do ano passado e permitem que os subscritores descontar mensalmente 2%, 4%, ou 6% (caso tenham mais de 50 anos) do seu ordenado, para uma espécie de um fundo. Desde o início do ano, os certificados estão a render: 5,6%.
3. ‘Unit-linked'
Estes produtos não são mais do que seguros de vida que investem em fundos de investimento. Neste caso, o investidor tem um papel activo já que tem liberdade para ajustar o seu investimento ao seu perfil. Estes produtos têm ainda vantagens fiscais: se estiver investido entre 5 e 8 anos beneficia de uma taxa de IRS de 16% e se mais de 8 anos a taxa de IRS aplicada é de apenas: 8%.
4. ‘Target Funds'
Estes fundos de investimento caracterizam-se pelo facto da sua política de investimentos acompanhar o ciclo de vida do investidor: no início, a estratégia de investimento é agressiva e vai sendo mais conservadora, à medida que se aproxima da data de maturidade. Segundo a Morningstar estes fundos apresentam retornos negativos a 12 meses, fruto da crise. Mas nos últimos seis meses valorizaram em média: 33%.
5. Fundos de Pensões abertos
Uma outra alternativa poderá passar pelo investimento em fundos de pensões abertos, que são geridos por sociedades gestoras e destinam-se a financiar planos de pensões a vários associados, entre os quais não tem que existir qualquer vínculo comum. Segundo os últimos dados da APFIPP, os fundos de pensões abertos geram ganhos médios desde o início do ano de: 6,6%.
In Sapo Económico