Taxa de pirataria de "software" é de 53 por cento nas empresas portuguesas

A taxa de pirataria de “software” em Portugal terá rondado os 53 por cento em 2006, com perda de receitas de 112 milhões de euros, indicou hoje Manuel Cerqueira, presidente da Assoft-Associação Portuguesa de Software.

O responsável da Assoft adiantou que estes números dizem apenas respeito a empresas, dado que entre os particulares a Assoft estima que a taxa de pirataria se situe entre os 90 e os 95 por cento.

Em conferência de imprensa, Manuel Cerqueira afirmou que a nível mundial a taxa de pirataria foi de 35 por cento e as receitas perdidas pelas empresas produtoras de “software” ascenderam a 31,66 mil milhões de euros, segundo um estudo da consultora de tecnologias IDC e da Business Software Alliance (BSA), uma associação internacional que reúne fabricantes de software.

O presidente da Assoft adiantou que em Portugal verificou-se uma estabilização da taxa de pirataria nos equipamentos importados e uma diminuição nos computadores montados localmente e destinados a empresas, que se terá reduzido dois pontos percentuais.

Portugal com pirataria abaixo da Espanha e França

Manuel Cerqueira sublinhou é preciso ter também em conta o “software” pirateado vendido através de Internet ou de venda por anúncios de jornais, por exemplo.

Adiantou que nos 102 países abrangidos no estudo IDC/BSA, o índice de pirataria baixou em 62 nações e aumentou em 13, ficando nesse estudo Portugal com uma taxa de pirataria de 43 por cento (relativo apenas aos equipamentos de marcas internacionais), acima da média da União Europeia (36 por cento).

No entanto, Portugal surge no estudo comparativamente melhor do que outros países da UE, como a Grécia (61 por cento de índice de pirataria), Islândia (53 por cento), Itália (51 por cento), Espanha (46 por cento) ou França (45 por cento).

Manuel Cerqueira adiantou que nas grandes empresas instaladas em Portugal os níveis de pirataria são reduzidos ou inexistentes, observando que “o problema são principalmente as pequenas e médias empresas (PME), em particular nas micro e pequenas empresas”, ainda que nas médias a situação também seja negativa.

Em países como Portugal “continuamos a assistir a condenações de tal modo irrelevantes que os utilizadores de ‘software’ pirata rapidamente as ultrapassam nos seus custos operativos”, disse o responsável.

“Estamos, contudo, a encaminharmo-nos para um grau de consciencialização de juízes e magistrados no sentido de prestarem o devido valor e atenção a este tipo de crimes”, acrescentou.

Manuel Cerqueira adiantou que os níveis mais baixos de pirataria nas empresas encontram-se nos Estados Unidos (21 por cento), Nova Zelândia (22 por cento), Japão e Dinamarca (25 por cento) e Áustria, Suíça e Suécia (26 por cento), mas ultrapassa os 90 por cento na Arménia, Moldávia, Azerbeijão e Zimbabué.

O relatório só incide sobre “software” instalado em computadores pessoais, incluindo portáteis e ultraportáteis, não analisando as aplicações instaladas em servidores e noutras máquinas de maior porte, e calcula o valor dos prejuízos em dólares constantes do ano anterior.

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In: Público,  Última Hora, 24maio07, inf: Lusa

publicado por AEDA às 22:14 link do post | favorito