Pelas contas da ERSE, que apresentou ontem a sua proposta de tarifas para 2008, o aumento médio do preço da luz será de 2,9 por cento para os cerca de 5,7 milhões de consumidores domésticos em Portugal Continental. Este valor, muito inferior à subida de 15,7 por cento proposta no ano passado pela ERSE, está acima da taxa de inflação esperada para o próximo ano, que é de 2,1 por cento.
Para a redução das propostas de aumento de 15,7 por cento (em 2007) para 2,9 por cento (em 2008) na proposta da ERSE, contribuiu a amortização de cerca de 389 milhões de euros do défice tarifário. Com a liberalização total do mercado energético, os preços da electricidade deixaram de ficar limitados ao valor da inflação prevista para o ano seguinte. Esta imposição gerou um défice financeiro de cerca de 743 milhões de euros. Com a amortização de mais de 389 milhões de euros em 2007, a partir do próximo ano será necessário reduzir aquele défice em 45 milhões de euros por ano, nos próximos dez anos.
Nos Açores e na Madeira a factura da luz dos consumidores domésticos será superior à verificada no Continente: 3,2 por cento e 5,4 por cento, respectivamente. No essencial, esta subida deve-se, como explicou Vítor Santos, à “necessidade de convergência dos preços com Portugal Continental”.
As grandes indústrias serão também penalizadas, com um aumento médio de 3,1 por cento. O maior acréscimo de preços será aplicado aos clientes de muita alta tensão e alta tensão, que terão uma subida de 3,9 por cento. Para o presidente da ERSE, estas subidas não vão prejudicar a entrada de novos operadores no mercado português, que deve ser incentivada “com medidas mais eficazes”.
A tarifa deste ano reflecte ainda um aumento dos sobrecustos com as energias renováveis, cujo fluxo físico, aumentou 19 por cento face ao ano passado. A proposta da entidade presidida por Vítor Santos vai agora ser submetida à apreciação do Conselho Tarifário.
Vítor Santos garantiu que a substituição dos contadores (por aparelhos digitais), uma proposta que se encontra em consulta pública, não terá repercussões na factura energética paga pelos consumidores.
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