Estou-lhes a falar aqui junto dum pelourinho, um pelourinho que marca a elevação desta terra à condição de vila cabeça de concelho, foral dado pelo Rei D. Manuel. O Rei D. Manuel I deu forais aqui a esta, havia aqui várias aldeias, Ansião era uma aldeia, Avelar era uma aldeia, o Chão de Couce era uma aldeia, Pousa Flores era uma aldeia e D. Manuel deu forais a tudo isso, portanto são antigas vilas.
Depois vieram as reformas modernas, já dos tempos dos liberais, essas vilas foram todas, enfim, unidas numa grande reforma administrativa e deram o grande concelho de Ansião.
Bem, grande?! Ele também não é assim muito grande, muito grande, são cerca de 150 quilómetros quadrados, mas é um concelho que tem muito interesse por muitas razões. Vamos dar aqui uma volta pelo concelho.
Durante muito tempo esta palavra Ansião escrevia-se com um “c”, um “c” curvo. Depois não há muito tempo saiu um decreto a dizer que não era “c”, que era com um “s”. Agora a grafia oficial é Ansião com um “s”. Bom, eu para lhes dizer a verdade. Bem, hoje oficialmente é Ansião com “s”, mas eu não estou muito certo disso, não, realmente não estou. Realmente ancião com “c” quer dizer um velho, uma pessoa com muita idade, por exemplo eu sou um ancião. Bom, e isto prende-se com uma lenda bonita, uma lenda da Rainha Santa Isabel.
Estou-lhes a falar aqui junto duma ponte, uma ponte românica, era, passava aqui a estrada que ia de Lisboa até Coimbra e portanto sem dúvida, muitas vezes, a Rainha Santa Isabel, com o seu séquito, passou aqui por esta estrada. Ora bem, há uma lenda, diz que a Rainha chegava aqui, apeava-se lá da sua liteira, descia estas escadinhas, ia ali àquele tanque, vêm ali um tanque, e a Rainha Santa Isabel quando aqui passava queria sempre ali lavar os pés.
Bom, e além disso, aqui perto, nalguma destas casas, não sei, vivia um homem muito velho, muito velho, e a Rainha ia lá a esse velho, a esse ancião e entregava-lhe uma esmola. E foi por causa da Rainha dizer “quero parar no sítio do ancião”, no sítio do velhinho que isto ficou Ansião. Claro que é uma lenda, uma lenda poética, uma lenda popular, uma lenda sem o mínimo fundamento, não tem o mínimo fundamento.
Não é por isso que a terra se chama Ansião, concerteza, mas pode haver outras razões. A palavra ansião que vem directamente do latim, também queria dizer, em certa altura, em certa altura da nossa evolução histórica o conjunto dos velhos respeitáveis que dirigiam uma localidade.
Como sabem, depois de destruída a organização visigótica as terras ficaram entregues aos seus próprios moradores e esses moradores, enfim, tinham problemas para resolver.
Os problemas dos pastos, os problemas dos pousios, os problemas da rotação das culturas, o problema do forno, o problema da justiça, o problema da reparação dos caminhos, o problema das pontes e tinham um grupo de vizinhos mais respeitáveis que faziam um concílio, dai é que vem concelho, um concelho.
Essa é que é a origem dos nossos concelhos medievais. Os, as pessoas mais responsáveis em cada lugar constituem um pequeno grupo directivo, e isso também se chamava “ancião”.
É muito possível que esta palavra de Ansião que se dá aqui não tenha nada a ver com a tal etimologia que se arranjou, porque os sábios, os nossos sábios viram que, há um documento, documento do século XII em que está escrito “ansion” com “s”.
Ora também eles sabiam que “ansion” é uma palavra, um nome próprio germânico, germânico, mas como é que os germânicos vieram aqui? Bom, estiveram, os visigodos eram um povo germânico, e havia pessoas, com esse nome de “ansion”. Portanto calcularam “bom, isto deve ter sido algum, algum anso, homem de nome ansion que chegou aqui, tomou isto de presúria e disse “isto agora é meu”.
Bom e ficou a terra do Ansion. Eu devo-lhe dizer que entre a lenda do povo e a lenda dos sábios não sei qual prefira. Nem nunca mesmo descobri bem quem é que sabe mais, se são os sábios ou é o povo. Eu por mim acho que tanto me faz “Ancião” com “c”, como “Ancião com “s” e ninguém pode ter certezas a esse respeito. Apesar de tudo inclino-me mais para a ideia do tal grupo de velhos respeitáveis que administravam esta região.
A região é extremamente interessante sobre o ponto de vista histórico. Nós estamos aqui no centro da região que veio mais tarde a ser Portugal, e portanto aqui podem-se documentar todas as épocas.
Olhem, aqui o monumento mais antigo que apareceu é uma gruta ainda do Neolítico, portanto uma coisa de há cinco ou seis mil anos, puseram-lhe o nome de gruta cerâmica, era uma gruta neolítica, portanto uma gruta que mostra que o povoamento aqui é antiquíssimo.
Quando chegaram aqui os romanos e os romanos chegaram aqui, a gente está no ano 2006, eles podem chegado, podem ter chegado, bem, os romanos chegaram aqui há menos de 2500 anos, isto havia já os castros, as populações já estavam na Idade do Ferro.
Os romanos romanizaram muitas dessas povoações. Olhem aqui, estamos no lugar onde os romanos moraram no século IV, século V, já da Era Cristã, havia aqui uma rica vila romana.
A vila romana é o centro duma grande exploração agrária, campo com muito hectares, muitos hectares, sempre mais de cem hectares, divididos em pequenas parcelas e nessas parcelas está uma família de colonos. Esses colonos agricultam a terra e têm que dar uma parte do produto aqui ao senhor da Vila, é o senhor da Vila que faz o azeite, é que tem a adega, é que coze o pão.
Bom, portanto toda a gente depende aqui do, o senhor da vila chama-se o dominus, dominus, é dai que vem dominar, olhem, também é dai que vem dono, também é dai que vem dom, e curioso também é dai que vem domingo. Domingo vem do latim dominicus, porque quando veio o cristianismo disseram “não, o único, o único senhor, o único senhor que a gente tem é senhor que está nos céu, os outros não são senhores”. Bom, é por isso que o cristianismo é uma revolução enorme, o único senhor era Deus. E portanto o dia de Deus era o domingo, reparem, é o dia que pertence a Deus.
Estou-lhes a dizer isso porque realmente este lugar, que estão a ver, é o único monumento nacional aqui do concelho de Ansião e com toda a razão. Isto foi declarado monumento nacional, porque havia aquela torre, é uma torre, uma torre importante, chamam-lhe a Torre de Santiago da Guarda, Guarda porquê? Bom, eu penso que eles estavam aqui para guardar e guardar no século XII, XIII não queria bem dizer o mesmo que hoje. Hoje guardar é garantir a segurança, não! Guardar nessa altura queria dizer olhar, olhar, olhar ao longe. Isto era uma torre aqui na fronteira para ver os movimentos inimigos. Lá de cima estavam atalaias, vigilantes, olhavam ao longe, quando viam movimentos davam o sinal de que vinham ai os mouros. Isto era uma torre de vigilância, uma torre de guarda.
Deram-lhe o nome de Santiago da Guarda, porque o grande defensor dos cristãos era o Santiago.
O Santiago mata mouros, o Santiago que vinha a cavalo, o Santiago era cristão, claro, e quando os mouros vinham a atacar os cristãos, os cristãos muito aflitos diziam “valhanos Santiago, valha-nos Santiago!”. Então não é que o Santiago montava no seu cavalo branco, descia mesmo do céu à terra e a espadeirada matava os mouros todos, e os cristãos venciam sempre.
Esta lenda do Santiago encheu toda a Península, as pessoas julgam que não, mas olhem, por exemplo o brasão de Évora tem lá um cavaleiro que eles dizem que é o “Geraldo sem pavor”, qual história, aquilo é o Santiago. O brasão de Elvas tem lá um cavaleiro que eles dizem que é o Gil Fernandes de Elvas, não! É sempre o Santiago! Santiago que vinha do céu à terra ajudar os cristãos.
Ora bem, aqui fizeram esta Torre de Santiago da Guarda onde?
Num sítio onde tinha existido a sede duma grande Vila Romana.
Isto é um exemplo, é um exemplo que eu aponto realmente a todo o país. Havia aqui esta Torre, isto era duns senhores particulares tinham comprado, mas há pouco anos, em 1996, olhem, faz agora 10 anos, faz agora 10 anos a Câmara Municipal de Ansião comprou a torre e aqui o terreno à volta ao dono, comprou para mandar restaurar. É claro antes do restauro mandou proceder a umas escavações, aos arqueólogos, e agora vou-lhes mostrar debaixo do chão da torre o que é que os arqueólogos encontraram.
A cerca de 2 metros de profundidade começaram a aparecer pavimentos de mosaico romano.
Estão a ver aqui alguns, aliás muito bonitos, muito bonitos, há cerca de 200 metros de salas cobertas de mosaico.
Bom, isto quer dizer, era uma grande, uma grande vila romana, onde vivia uma família opulenta, que era sustentada pelo trabalho desta gente aqui à volta. Esta descoberta é sensacional, porque isto é a maior área de mosaicos romanos descoberta até hoje em Portugal. Há pouco tempo, isto foi descoberto em 2002, acho que 99% dos portugueses nunca viram isto, e isto realmente é muito interessante porque, reparem está lá em baixo o nível romano, aqui em cima vêm já as janelas onde se sentava o Conde de Castelo Melhor no século XVII. Isto é já dos fins da época romana. Calcula-se que é dos fins do século IV, ou princípios do século V, Depois de Cristo, portanto do ano 300 e muitos, ou já 400.
Ora, devo-lhes dizer que no século V já vieram os bárbaros.
Os bárbaros eram grandes grupos, multidões de povos germânicos, que acossados pela fome vieram de oriente para ocidente e quando chegaram aqui, claro, ocuparam isto tudo, fizeram-se donos das terras, vêm os Alanos, os Vândalos, os Suevos, os Visigodos. Os Visigodos chegam a ter um reino pouco duradouro, mas depois dos Visigodos vêm os mouros, os mouros correm com os Visigodos e isto a partir o século V, meados do século V, isto são terras devastadas onde não há realmente uma autoridade, e estas terras ficaram praticamente sem ninguém. Bem, é nessa altura que os vizinhos se agrupam, para resolverem os problemas da vida comunitária e nascem como já lhes disse os concelhos medievais portugueses. Isso é um fenómeno que se dá entre o século IX, X, XII. Agora uma história cristã, uma história portuguesa de Ansião, isso só se dá já com o D. Afonso Henriques.
D. Afonso Henriques é o primeiro Rei de Portugal, toda a gente sabe, toda gente sabe, eu acho que agora até já há quem não saiba. D. Afonso Henriques funda a monarquia, portuguesa, dá já foral, ele deu um foral aqui, já a estas terras, enfim, e altera-se completamente a vida, começa a estabilizar-se, criam as pequenas igrejas, mas o D. Afonso Henriques tem grandes problemas, porque isto não tem uma população fixa. Então faz uma coisa, esta terra aqui, toda esta região aqui é dada a um grande mosteiro, que o D. Afonso Henriques cria, que é Santa Cruz de Coimbra. Santa Cruz de Coimbra é fundada na época do próprio D. Afonso Henriques, tem um grande papel na fundação de Portugal, é em Santa Cruz que se criam os quadros intelectuais para a jovem monarquia e pronto para sustentar Santa Cruz e também, e também para civilizar e cultivar os territórios entrados agora de novo no Reino de Portugal que o D. Afonso Henriques dá isto a Santa Cruz.
É claro o senhor telespectador, eu bem sei que está agora ai a pensar “e o que é que eu tenho com isso, se ele desse a Santa Cruz ou tirasse a Santa Cruz, o que é que uma pessoa tem a ver com isso?”.
O senhor telespectador está no seu direito de fazer perguntas, eu gosto das perguntas dos telespectadores.
Bom, mas eu também estou no meu direito de dar respostas, não quer dizer que a minha resposta seja a verdade, é aquilo que eu penso e previno-o já de que em regra aquilo que eu digo é diferente daquilo que podem ler nos manuais. Bom, o que eu penso é que Santa Cruz de Coimbra era uma instituição monástica e o direito eclesiástico não lhes permitia vender, eles tinham que explorar estas terras, mas não podiam vender grandes herdades, não!
Eles arrendavam, não, não se chamava arrendar, chamava-se aforar, aforar pequenas parcelas.
Um, um pequeno vale, um, um, bocado, uma encosta dum monte onde se punham umas oliveiras, um terreno à beira, uma fazenda, uma courela à beira duma ribeira e ai nesses pequenos espaços foram surgindo, foram surgindo pequenos núcleos de população.
É isso que explica que estas regiões tenham hoje este povoamento extremamente disperso.
Eu acho que já lhes disse que aqui num, num concelho de 180 quilómetros há 180 lugares, isto, isto representa uma dispersão colossal que vem exactamente dai. Pequenas parcelas, pequenas famílias de lavradores, trabalhando rudemente a terra para poderem trazer a sua parte.
A igreja recebia o dízimo, mas além do dízimo havia as primícias, e havia sempre muitas, uma grande pressão, uma grande pressão tributária, sobre estas populações. É por isso que aqui no concelho de Ansião ninguém procure palácios, não há palácios, ninguém procure grandes igrejas, não!
É tudo, enfim, obra modesta de gerações e gerações de pequenos camponeses que com o suor do seu rosto foram pondo estes solos agrestes a dar pão, a dar vinho, e a dar fruto, porque é o cultivo do pão, é o cultivo do azeite, dos grandes olivais, ainda hoje há, abandonados, já abandonados, mas há ai milhares e milhares de oliveiras nos socalcos desses montes e era o vinho, era a principal região.
É claro que esses, esses pequenos lavradores precisavam sempre todos de ter também um espaço que não fosse nem de “a”, nem “b”, nem “c”, que fosse de todos, era lá que iam buscar a lenha, era lá que iam buscar a pedra, e isto é muito curioso, e acho que é o único sítio de Portugal em que isto se pode encontrar.
Há aqui perto uma região que se chama, imaginem, nem mais nem menos que “Vale de todos”, vamos ver o “Vale de Todos”.
O Vale de Todos é uma grande extensão de terreno, cerca de 4 quilómetros, e que tinha aqui uma povoação, a povoação chama-se Torre de Vale de Todos.
Havia uma grande torre, provavelmente daquelas torres medievais para defender o território, uma torre de olhar ao longe, hoje não há vestígios dessa torre. O que é curioso é que aqui nesta região, que era para todos, os povos uniram-se para fazer uma igrejinha, uma pequena igreja, e no século XVI adquiram uma imagem de Nossa Senhora da Graça dum grande mestre da época, um João de Roão, é uma das mais famosas peças do grande mestre de Coimbra João de Roão.
Está aqui na nossa frente, uma peça de pedra, enorme, é curioso como esta gente humilde, pobres agricultores, conseguiram ter um poder para trazer uma peça que já naquela altura, claro, era valiosíssima. Isto é da Escola de Coimbra e foi certamente trazido de Coimbra até aqui.
A igreja conserva outras peças muito interessantes, esta Trindade é uma coisa dos fins do século XV, princípios do século XVI.
Quanto ao vale propriamente, eu gostava muito de o mostrar, mas não calculam a névoa, a névoa densa que nesta altura se pôs, enfim, e mostrar nevoeiro não vale a pena.
Vamos portanto terminar o nosso programa a falar de coisas, coisas de agora, coisas aqui de Ansião.
Com este cair da tarde o tempo piorou, e eu, olhem vim-me esconder aqui no Posto de Turismo de Ansião e ainda bem que vim. Ainda bem que vim, porque juntam-se aqui as coisas já únicas, que há no concelho.
Até vi ali o slogan, o slogan turístico é “Ansião um concelho a descobrir”. Li e as senhoras desculpem-me, mas eu não concordei, descoberto já ele está, um concelho descoberto, Ansião é efectivamente um concelho com um atractivo raro, com coisas que já não há em parte nenhuma, bom, está descoberto, o que se pode dizer é, um concelho a inaugurar, é preciso vir para aqui gente, mais gente do que vem.
Há aqui coisas, estou aqui junto de especialidades daqui, coisas antigas, os saquinhos, vejo os saquinhos com que os meninos vão para a escola, antigamente eram feitos destes trapinhos que, era, era o resto das blusas, dos bibes, ainda há aqui, ainda se fazem e usam, fazem e usam as velhas mantas, as mantas de trapos, é claro na roupa que já não se usava era transformada em fio e esse fio era feita uma manta, há que tempos que eu não via uma manta de trapos que ainda aqui há quantas que se queiram.
Bom, agora, a grande, a grande realidade e única aqui de Ansião é o Queijo do Rabaçal. Parece mal dizer isto porque o Rabaçal não é aqui dentro do concelho, mas é aqui muito perto. Bom, o que se passa é isto, os produtos têm o nome da terra onde se vendem, não é onde se fazem, toda a gente sabe, toda a gente ouviu falar no Vinho do Porto, e ninguém nunca viu uma vinha no Porto, o Porto é onde se vende o vinho.
Bom, o Rabaçal era a aldeia onde se vendia mais este queijo, agora ele fazer-se era aqui nestas encostas íngremes da Serra do Sicó. Isso é importante porque nessas encostas dava-se uma planta, chamavam-lhe a erva-de-santa-maria, uma planta muito aromática, bom, no fundo é o tomilho, mas o nome local é erva-de-santa-maria. Bom, e os rebanhos, rebanhos de ovelhas e cabras comiam aquela erva-de-santa-maria. Isso dava um queijo único, um queijo único, eu tenho aqui alguns, está aqui alguns, queijos, é um queijo pequeno.
Bom, este queijo é tão bom ou tão mau que quando o nosso Eça de Queirós regressou lá de Paris e veio à sua terra, escreveu isto na “Cidade e as Serras”, “o Queijo do Rabaçal e o Camember educam o paladar” quer dizer comparou este queijo ao famoso Camember, poucos portugueses sabem isso e estou convencido que há muita gente que nunca provou um verdadeiro Queijo do Rabaçal, porque há ai muito queijo que fala em Rabaçal, mas não tem nada a ver com isto, há até uma quadra popular que, que diz a verdade “o Queijo do Rabaçal tem uma fama afamada, e à revelia dele se vendem queijos que não valem nada”.
É verdade, este nome do Rabaçal foi tão prestigioso que hoje em muitos sítios se faz um queijo e diz-se “tipo Rabaçal”. Realmente não é, não há tipos, porque o problema todo está na, no leite, esta mistura do leite da ovelha e da cabra, à cabra chamam aqui e isso é muito bonito, a vaca dos pobres, isto era uma terra de pobreza, é evidente, a vaca dos pobres, e essa mistura com a erva de Santa Maria dá este queijo precioso, é claro que há aqui muito mais coisas. Eu aqui por exemplo vim encontrar uma coisa que eu não via há tanto tempo, isto é o pão centeio, era o pão que os pobres comiam, quando o comiam, aqui a cozinha, a culinária, é a culinária antiga, uma coisa aqui famosa é o aferventado, são as couves, a couve de repolho, cozida, enfim, com força, depois fica desfeita e depois misturava uns nacos de broa, era a comida dos pobres.
Há aqui imensas coisas para ver e eu penso que uma terra destas tem necessariamente um grande futuro turístico.
Infelizmente hoje este tema, esta névoa densa que se pôs não me deixou mostrar a paisagem deslumbrante, os vales verdes, os Arroios a cantar, de pedra em pedra, aqui entre os doces das montanhas, isto é efectivamente um paraíso.
Um paraíso, repito, um paraíso à espera de que alguém se lembre de o inaugurar.
2007-01-03 11:58:57
RESUMO DO TEXTO DO PROGRAMA:
AGORA, PARA AS IMAGENS VENHA TER CONNOSCO, E VEJA AO VIVO!
AEDA.