DÉFICE 2005 - Argumentos do Governo não convencem oposição

O PSD considera que o valor do défice de 2005 representa a «primeira derrota» do Governo. Por seu lado, o CDS-PP fala num «resultado medíocre», enquanto o PCP e BE sublinham que o número do «buraco» das contas públicas vai agravar o desemprego.
Os argumentos do ministro das Finanças sobre o défice público relativo a 2005 foram insuficientes para convencer os partidos da oposição.
Do lado do PSD, Miguel Frasquilho considerou que o valor do défice do ano anterior representa a «primeira grande derrota do Governo». «Em 2004, excluindo receitas extraordinárias, o défice seria de 5,2 por cento.
Tivemos assim, em 2005, um claro agravamento do resultado face ao ano anterior», acrescentou. Miguel Frasquilho disse ainda que o país «andou para trás no esforço de consolidação orçamental», sublinhando que «tudo isto aconteceu quando o Governo tinha pedido sacrifícios aos portugueses e aumentou os impostos».
Deste modo, defendeu, «o défice apurado em 2005 tornou-se ainda mais negativo, ficando agora claro que esse aumento de impostos se destinou a financiar ainda mais despesa pública e a manter um Estado ineficiente e gastador».
«Por tudo isto, o PSD considera que se trata de uma clara derrota do Governo e de uma estratégia orçamental que não serve os interesses do Portugal», concluiu.
 
PCP questiona aumento do desemprego
Pelo PCP, Agostinho Lopes considerou que existe um factor que deve ser questionado, ou seja, o aumento do desemprego. «O crescimento do PIB ficou abaixo do esperado, uma diferença de 0,2 pontos percentuais, o que significa também mais 0,2 pontos percentuais de desemprego, ou seja, vamos passar de uma taxa de 7,4 para 7,6 por cento», disse. Segundo Agostinho Lopes, «os seis por cento do défice público custaram mais onze mil trabalhadores desempregados».
 
CDS-PP considera valor do défice «medíocre»
Por seu lado, o líder do CDS-PP, Ribeiro e Castro, afirmou que o valor do défice anunciado pelo Governo corresponde a um «resultado medíocre», comparado com as contas de 2004. «Qualquer resultado pior que 4,9 por cento corresponde a uma deterioração da situação orçamental», realçou.
 
BE diz que «verdadeiras contas são do aumento do desemprego
Finalmente, Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, recebeu com surpresa o anúncio do défice, sublinhando que «as verdadeiras contas» são as do aumento do desemprego e da pobreza. «Era de esperar que, depois de se registar um défice extraordinariamente elevado no ano passado, o aumento do IVA e a quebra dos salários reais da função pública pudessem ajudar a diminuir o défice», afirmou. «Bem pode o Governo embandeirar em arco, as verdadeiras contas que contam para os portugueses são as do aumento do desemprego e da pobreza, num país que não cresce, mas com uma Europa a progredir», salientou. 
 
TSF( 19:25 / 31 de Março 06 )
publicado por AEDA às 00:32 link do post | favorito