O lucro da Caixa Geral de Depósitos (CGD) subiu 29,3% no ano passado, face a 2004, para 537,667 milhões de euros (ME), revelou hoje a instituição financeira.
Estes resultados não reflectem a mais-valia de 145 milhões de euros da venda da posição accionista no brasileiro Unibanco, verba que foi destinada «a provisões para riscos e encargos, ao reforço da imparidade e à cobertura de outros factores não recorrentes», refere a instituição no comunicado enviado a CMVM.
O produto da actividade bancária e de seguros do grupo CGD atingiu 2,671 mil milhões de euros, o que traduz um aumento de 24,6% face a 2004.
Para este resultado contribuíram, sobretudo, os aumentos na margem financeira de retalho, que cresceu de 10,3%, para 994,4 milhões de euros, e da margem complementar, que subiu 72,7%, para 630,5 milhões de euros.
Apesar destes aumentos a margem financeira ficou 0,6% abaixo do valor registado em 2004, alcançando 1.413 milhões de euros, devido às novas normas contabilísticas, pois parte dos proveitos anteriormente classificados nesta rubrica são agora incluídos em operações financeiras.
As comissões líquidas aumentaram 5,3%, para 314,1 milhões de euros.
A margem técnica da actividade se seguros cresceu 75,6%, atingindo 627,2 milhões de euros, com os prémios de seguros a aumentar 26,2%, um ritmo bastante superior aos 15,9% a que cresceram os custos com sinistros.
Os recursos captados pelo grupo ascenderam a 82 mil milhões de euros, o que reflecte um crescimento de 6,7%, com 47,7 mil milhões de euros de recursos de clientes, mais 5,6% do que em 2004.
O crédito a clientes do Grupo aumentou 57 por cento em 2005, face ao ano anterior, cifrando-se em 51,3 mil milhões de euros, sendo o contributo individual da CGD de 45,4 mil milhões e o da filial em Espanha, o banco Simeon, de 2,0 mil milhões de euros.
O crédito à habitação foi o principal destino do crédito, absorvendo 28,7 mil milhões de euros, mais 9,2% do que em 2004, destacando-se o crescimento de 15,8 por cento do novo crédito concedido.
O activo líquido ascendeu a 86,9 mil milhões de euros, com um aumento de 9,9%.
Os capitais próprios subiram 1,1 mil milhões de euros, para 4,3 mil milhões de euros, mais 32,9% do que no final de 2004.
O rácio de solvabilidade melhorou para 12,4%, comparando com 9,4% no ano anterior, e o «core Tier 1», que corresponde aos fundos próprios de base excluindo acções preferenciais, situou-se em 5,9%.
A rendibilidade bruta dos capitais próprios (ROE) situa-se em 18,4%.
O rácio de eficiência [cost to income] melhorou de 66,3% para 59,7%.
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Diário Digital / Lusa
08-03-2006 16:30:00