Petróleo: Médio-Oriente detém 62% das reservas mundiais



A região do Médio-Oriente detém cerca de 62% do total das reservas mundiais de petróleo. De um total de 1,19 mil milhões de barris de reservas, a região de maior tensão geopolítica nos últimos anos detinha 733,9 mil milhões de barris de reservas comprovadas no final de 2004.
Estes dados constam do BP Statistical Review of World Energy 2005, publicado em meados do mês passado e apresentado esta quarta-feira em Lisboa, pela BP Portugal. Dez anos antes (1994), o Médio-Oriente representava 65% de um total mundial de 1,017 mil milhões de barris.
A produção mundial cresceu 4,5%, para 80,26 milhões de barris/dia (mb/d), para responder a um aumento de 3,4% no consumo, o qual alcançou 80,75 milhões b/d) no ano passado.
O estreitamento do diferencial entre a procura e oferta (margem de segurança) gerou algum nervosismo nos mercados, e foi um dos factores que motivou a escalada dos preços, a par das tensões geopolíticas e do crescimento do consumo, em particular na China, explicou António Comprido, presidente da BP Portugal, na análise que fez aos dados da 54ª edição do relatório anual da petrolífera.
Do total das reservas atribuídas à região que engloba alguns dos principais membros da OPEP (Arábia Saudita, Irão, Iraque, Koweit e Emirados Árabes Unidos), cerca de 36% são detidas pela Arábia Saudita (262,7 mil milhões de barris), maior produtor mundial, seguindo-se o Irão, com reservas de 132,5 mil milhões.
Do lado da produção, a Rússia já ocupa a segunda posição no ranking dos maiores produtores (9,28 milhões de barris/dia, e quota de 12% na produção mundial), à frente dos EUA e do México, respectivamente 2º e 3º. Os sauditas mantêm-se no primeiro lugar com uma produção próxima dos 10,6 milhões de barris/dia (13,1% do total mundial), um volume que cresceu 3,7% face a 2003.
O aumento do consumo e dos preços estimulou, por um lado a substituição das fontes de energia, e por outro os investimentos do sector (prospecção, produção e refinação), nota a petrolífera.
Assim, a produção de carvão registou um aumento de 7,2%, e do gás natural 2,8% em 2004, face ao ano anterior, de acordo com dados que constam do relatório acessível no site da BP.
Esta quarta-feira, dia de publicação semanal de dados sobre os stocks dos EUA, os preços seguem pouco abaixo dos 60,00 dólares/barril. Na abertura dos mercados em Nova Iorque, o ouro negro transaccionava nos 59,30 dólares, emalta de 0,17% face ao fecho da véspera.

António Eduardo Ferreira
in: diário digital
27-07-2005 15:18:58
publicado por AEDA às 17:10 link do post | favorito