Saúde: Autoridade da Concorrência investiga cartelização
2005-10-12 - 00:00:00
Saúde: Autoridade da Concorrência investiga cartelização
ANF sob suspeita
d.r.
As palavras de João Cordeiro durante o programa da RTP levantam suspeitas
A Autoridade da Concorrência (AC) está a investigar a Associação Nacional de Farmácias (ANF).
O CM sabe que o organismo que tem por missão assegurar a aplicação das regras de concorrência está a analisar as declarações proferidas pelo presidente da ANF, João Cordeiro, durante o programa da RTP Prós e Contras, emitido a 26 de Setembro no canal 1, nomeadamente aquelas em que se referiu ao aumento do preço dos medicamentos em todas as farmácias durante o período nocturno, o que pode indiciar prática do crime de cartelização.
GROSSISTAS PRESSIONADOS
A AC está também atenta aos problemas sentidos pelos estabelecimentos que já têm autorização do Infarmed para a venda de medicamentos sem receita médica fora das farmácias, mas não conseguem comprar os remédios. Temos todas as condições, queremos vender, mas não conseguimos que nos abasteçam, conta ao CM Pedro Reis, sócio-gerente da My Pharma, em Setúbal, uma das autorizadas.
A acusação do empresário é clara: Os grandes distribuidores grossistas não querem trabalhar connosco. E acredito que isso se deve a uma pressão da ANF, por isso estou até disposto a apresentar queixa.
Apesar de, pela primeira vez, já se terem vendido remédios sem receita fora das farmácias, Margarida Medeiros, responsável pela Aposaúde, de Santarém, salienta as dificuldades na comercialização. Comecei a contactar os grossistas para adquirir os medicamentos em Julho e só em Setembro é que consegui resposta. Pelo que me parece, há uma pressão exercida de forma directa e indirecta por parte da ANF.
Contactado pelo CM, o porta-voz da ANF refere apenas que a associação não comenta tontarias..
VENDA LIVRE EM CAUSA
A ESTREIAS
Por enquanto, o Infarmed autorizou sete estabelecimentos a procederem à venda de medicamentos sem receita médica, localizados em Lisboa (2), Santarém, Mem Martins, Terrugem, Leiria e Setúbal.
LINHA QUEIXAS
Para empresários e vendedores que sintam que as regras da concorrência na venda de medicamentos não estão a ser cumpridas, está disponível um número de telefone 21 790 20 72 através do qual podem fazer queixa.
O QUE É CARTEL
Define-se cartel como o conjunto de empresas que dominam um determinado sector e combinam os preços, uma prática que constitui crime ao abrigo da lei da concorrência e pode ser punida como tal.
SANTARÉM E MEM MARTINS FORAM OS PRIMEIROS A VENDER SEM RECEITA MÉDICA
MAIS BARATO
Ontem, pela primeira vez, Margarida Medeiros, da Aposaúde, vendeu uma caixa de aspirinas na sua loja, mais barata três por cento do que nas farmácias. A senhora que fez a primeira compra ficou muito satisfeita, até porque comprou com desconto.
DE TUDO
Na Botica Fialho e Vicente, em Mem Martins, o primeiro medicamento vendido foi o Bebégel mas segundo Carlos Vicente, proprietário, as pastilhas para a garganta, os antigripais e Zovirax têm sido os medicamentos mais procurados.
Carla Marina Mendes
Saúde: Autoridade da Concorrência investiga cartelização
ANF sob suspeita
d.r.
As palavras de João Cordeiro durante o programa da RTP levantam suspeitas
A Autoridade da Concorrência (AC) está a investigar a Associação Nacional de Farmácias (ANF).
O CM sabe que o organismo que tem por missão assegurar a aplicação das regras de concorrência está a analisar as declarações proferidas pelo presidente da ANF, João Cordeiro, durante o programa da RTP Prós e Contras, emitido a 26 de Setembro no canal 1, nomeadamente aquelas em que se referiu ao aumento do preço dos medicamentos em todas as farmácias durante o período nocturno, o que pode indiciar prática do crime de cartelização.
GROSSISTAS PRESSIONADOS
A AC está também atenta aos problemas sentidos pelos estabelecimentos que já têm autorização do Infarmed para a venda de medicamentos sem receita médica fora das farmácias, mas não conseguem comprar os remédios. Temos todas as condições, queremos vender, mas não conseguimos que nos abasteçam, conta ao CM Pedro Reis, sócio-gerente da My Pharma, em Setúbal, uma das autorizadas.
A acusação do empresário é clara: Os grandes distribuidores grossistas não querem trabalhar connosco. E acredito que isso se deve a uma pressão da ANF, por isso estou até disposto a apresentar queixa.
Apesar de, pela primeira vez, já se terem vendido remédios sem receita fora das farmácias, Margarida Medeiros, responsável pela Aposaúde, de Santarém, salienta as dificuldades na comercialização. Comecei a contactar os grossistas para adquirir os medicamentos em Julho e só em Setembro é que consegui resposta. Pelo que me parece, há uma pressão exercida de forma directa e indirecta por parte da ANF.
Contactado pelo CM, o porta-voz da ANF refere apenas que a associação não comenta tontarias..
VENDA LIVRE EM CAUSA
A ESTREIAS
Por enquanto, o Infarmed autorizou sete estabelecimentos a procederem à venda de medicamentos sem receita médica, localizados em Lisboa (2), Santarém, Mem Martins, Terrugem, Leiria e Setúbal.
LINHA QUEIXAS
Para empresários e vendedores que sintam que as regras da concorrência na venda de medicamentos não estão a ser cumpridas, está disponível um número de telefone 21 790 20 72 através do qual podem fazer queixa.
O QUE É CARTEL
Define-se cartel como o conjunto de empresas que dominam um determinado sector e combinam os preços, uma prática que constitui crime ao abrigo da lei da concorrência e pode ser punida como tal.
SANTARÉM E MEM MARTINS FORAM OS PRIMEIROS A VENDER SEM RECEITA MÉDICA
MAIS BARATO
Ontem, pela primeira vez, Margarida Medeiros, da Aposaúde, vendeu uma caixa de aspirinas na sua loja, mais barata três por cento do que nas farmácias. A senhora que fez a primeira compra ficou muito satisfeita, até porque comprou com desconto.
DE TUDO
Na Botica Fialho e Vicente, em Mem Martins, o primeiro medicamento vendido foi o Bebégel mas segundo Carlos Vicente, proprietário, as pastilhas para a garganta, os antigripais e Zovirax têm sido os medicamentos mais procurados.
Carla Marina Mendes